sábado, 21 de novembro de 2009

VMware Server: um passo para a frente, dois para trás?

Sou usuário do VMware Server desde a versão 1.0.0. O produto acabava de se tornar gratuito (anteriormente era chamado de VMware GSX Server, cuja licença custava US$1000). Ele ainda tinha vários pontos a amadurecer, mas funcionava bem, era estável e ocupava poucos recursos da máquina, voltei a utilizá-lo na versão 1.0.5 e estava bem mais maduro, a interface ficou bem mais responsiva, permindo inclusive acessar VMs com ambiente gráfico em servidores remotos sem lags perceptíveis. Cumpria plenamente seu papel: era um produto gratuito com funcionamento exemplar, servindo como porta de entrada para as soluções de grande porte (ESX Server).

No final de 2008 a VMware lançou a versão 2.0 do VMware Server, após um longo período de versões Beta e Release Candidate. Ela trouxe vários benefícios sobre a versão 1.0, dentre os quais pode-se destacar:

sábado, 14 de novembro de 2009

CentOS - Panela velha é que faz comida boa

Uma tendência comum na área de software, e principalmente no ambiente Linux, é sempre manter versões atualizadas dos aplicativos. Algumas distribuições fazem disso uma regra, como Ubuntu, Fedora, Mandriva e OpenSuse, que lançam novas versões a cada 6 meses, arcando com o risco de terem inúmeros bugs e oferecem suporte por um período muito curto. O Fedora, por exemplo, oferece apenas 13 meses de suporte, um motivo pelo qual sempre achei imprudente utilizá-lo em ambiente servidor, pois quando se tem um servidor operacional e totalmente configurado, a única coisa que não se deseja é ter que fazer uma atualização que mude versões dos pacotes e possa quebrar funcionalidades ou abrir brechas de segurança.

Outras distribuições Linux vão além e simplesmente abandonam o modelo de versão, como o Gentoo e o Arch Linux, passando a seguir um modelo rolling-release, em que as novas versões dos aplicativos são liberadas e cabe ao administrador do sistema atualizar. Apesar de exigir muito mais habilidade do administrador, esse modelo é extremamente flexível.

Depois de toda essa introdução, o motivo desse post foi esse teste realizado pelo Phoronix: CentOS 5.4 vs. OpenSuSE 11.2 vs. Ubuntu 9.10 Benchmarks. Comparando duas distribuições recém-lançadas, com kernel, bibliotecas e aplicativos mais recentes, o CentOS levou a melhor em 11 dos 18 testes.


Pra quem não conhece, o que seria o CentOS? CentOS é a sigla para Community Enterprise Operating System, um sistema baseado nos fontes fornecidos pela Red Hat. Ele acaba sendo um clone do Red Hat Enterprise Linux (RHEL), porém sem nenhum custo, a contrário do RHEL. O modelo de suporte oferecido pela Red Hat, e que é replicado pelo CentOS, inclui suporte de segurança por 7 anos (84 meses!), sendo que nos primeiros 4 anos revisões são lançadas (5.1, 5.2, 5.3, etc) em média a cada 6 meses, que incorporam todas as atualizações de segurança lançadas no período e trazem suporte a novos hardwares e atualizações de pequeno porte, que não causem incompatibilidades. Essas atualizações são realizadas através de backport, em que correções e melhorias lançadas em versões posteriores de um software são trazidas para a versão suportada. Por isso, apesar do CentOS 5 ter sido lançado em 2007, a versão 5.4 lançada recentemente possui suporte a hardware atual e as correções feitas nos pacotes que a compõem realizadas nesse período.

Aí pode surgir a pergunta, se saem releases freqüentes do CentOS 5, como ele consegue ser mais estável que o Fedora? Um exemplo simples, o kernel do CentOS 5 desde o 5.0 é a versão 2.6.18, e não deve mudar até 2014. Apesar de receber inúmeras melhorias internas e adicionar o suporte a hardware encontrados em kernels mais atuais, como o 2.6.29 e 2.6.30, a interface do kernel com o resto do sistema é a da versão 2.6.18, então um aplicativo de terceiros feito para operar na versão 5.0 irá operar nas versões posteriores sem maiores surpresas. O mesmo vale para o Apache httpd (v.2.2.3), MySQL (v.5.0), Gnome (v.2.16), e quase todos os pacotes que formam a distro. A principal exceção nesse caso é o Firefox, que foi atualizado da versão 1.5 para a 3.0, essencialmente por questões de segurança e compatibilidade. Como é um aplicativo voltado a desktop, essa concessão não chega a ser problemática.

Se já considerava o CentOS uma excelente pedida para servidores, saber que ele pode ser mais rápido que distribuições mais novas em várias situações reforçam ainda mais essa posição. Pra quem quiser conhecer mais dessa distribuição, é só visitar o site oficial.