segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que ainda falta ao Android em termos de aparelhos???

Já há algum tempo venho observando o mercado de smarphones, desde a época em que o Symbian era o sistema com maior base de aplicativos e tinha um futuro promissor pela frente. Vi o iPhone nascer, e imaginei que seria um produto de nicho, como a maioria dos equipamentos da Apple, mas acabei mordendo a língua, ele não só se tornou um sucesso como vem guiando o mercado de telefonia móvel nos últimos anos.

Com o Android foi diferente, logo que saiu eu já previa um grande futuro, em parte pela liderança da Google e também pelo apoio de todos os fabricantes que não estavam nos barcos do iPhone e do Symbian. Inicialmente temia pela falta de padronização, um mal que prejudicou e muito o JavaME (quem tinha que fazer uma aplicação ter comportamento parecido num aparelho com CPU ARM7 de 66MHz e 800K de heap e outro com CPU ARM11 de 500MHz e heap com vários megabytes sabe bem do que estou falando), mas parece que esse problema foi bem resolvido dentro do Android.

Atualmente o Android domina praticamente todos os mercados, oferecendo desde modelos básicos, com telas pequenas e poucos recursos, até modelos avançados com telas grandes, farta memória, GPS, conectividade total (3G/4G, WiFi, Bluetooth, e ainda fazem ligação). Isso sem considerar os tablets, mercado ainda dominado pela Apple e seu iPad, mas que a cada dia recebe novos modelos com Android, e já se imagina um cenário similar ao dos smartphones, em que a Apple criou o nicho e as outras empresas ocuparam o mercado oferecendo tanto modelos equivalentes à contraparte da Apple quanto atacando nichos de mercado dispensados pela maçã.

Apesar disso, eu observo alguns nichos de mercado que ainda não foram cobertos pelos fabricantes sendo um deles o de aparelho cameraphone. Não vi nenhum modelo com Android que ofereça uma boa câmera, com sensor de tamanho decente e um flash Xenon. Alguns modelos topo de linha dispensam inclusive o flash de LED que, se não resolve o problema, é melhor do que nada. O único aparelho no mercado hoje com uma grande câmera é o N8, da Nokia, cujo Symbian embarcado já não empolga. Olha, nem precisaria ser algo no nível do N8, utilizando lentes alemãs com ótica que rivaliza uma compacta, mas algo que se diferencie no meio de câmeras medíocres, com um flash que pelo menos permita fotos boas em ambientes internos já seria um salto gigantesco, algo muito melhor do que essa corrida frenética por aparelhos cada vez mais finos e frágeis.

Os tablets também sou outra área que merece mais atenção dos fabricantes. Num primeiro momento, os tablets Android, ainda equipado com a versão 2.x (que não pensada originalmente para tablets, mas que ainda assim prestavam um bom serviço nessa função), tinham telas entre 7 e 8 polegadas. Com a chegada do Honeycomb (Android 3.0), projetado para tablets, os aparelhos passaram a ter telas de 9 e 10 polegadas, simplesmente nenhum fabricante anunciou modelos com Honeycomb em telas de 7'. Parece que o único interesse dos fabricante é lançar um aparelho que supere o iPad, tanto em poder de processamento quanto na tela, faltou um pouco daquele senso de "menos é mais". Um tablet de 7' tem tamanho similar a uma agenda ou um livro, e pode ser facilmente carregado numa mochila pequena, em uma bolsa feminina ou mesmo na mão. Já um tablet de 10', embora mais fino, precisa de um espaço similar ao de um netbook. Olha, se não dá pra carregar na mão, melhor ter um netbook completo, com teclado e mais possibilidades. Um Vaio Y da Sony vem com AMD Fusion, tela de 11,6' e garantia de 2 anos custa mais barato que um Motorola Xoom, com nVidia Tegra 2, tela de 10' e uma garantia de apenas 1 ano. Trambolho por trambolho prefiro um completo.

A única coisa que espero é que os fabricantes comecem a aproveitar as possibilidades de utilizar um sistema aberto para lançar modelos diferenciados da concorrência, não gostaria que os tablets caíssem na mesmice dos netbooks na mesma velocidade em que se estabeleceram no mercado.

3 comentários:

Felipe disse...

Sei que não é exatamente o tema ou o foco do post, mas na minha opinião, o que falta pro Google é uma mão firme sobre as operadoras e fabricantes. A fragmentação do sistema operacional vai atingir níveis bem alarmantes em 1 ou 2 anos se nada for mudado (meu chute pessoal). Hoje, se a Apple detecta uma falha e precisa lançar um patch de sistema operacional, dependendo da severidade a coisa é implementada em 1 semana. Hoje, 5 meses depois do lançamento da última versão (2.3), 4% dos aparelhos com Android no mundo estão nessa versão (http://developer.android.com/resources/dashboard/platform-versions.html). Porra Google :(
Ou eles apertam isso aí, ou, na minha opinião, não importa muito quais specs de celulares forem lançados. De que adianta não ter garantia de um sistema operacional saudável?
Corrijam-me se eu tiver falado besteira.

Unknown disse...

Realmente, não era essa exatamente a ideia do post, mas você tocou em um ponto delicado do Android, que é a falta de suporte pós-lançamento. Os fabricantes customizaram tanto o software que fica difícil atualizar rapidamente, e alguns simplesmente abandonam aparelhos excelentes em versões antigas do sistema. Talvez um modelo estilo Ubuntu, com X meses de suporte depois que o aparelho foi lançado fosse a solução.
Outra coisa que não gosto é essa obsolescência programada excessiva no Android. Enquanto a Apple lança um novo aparelho a cada ano, com mudanças suficientes para justificar a troca a cada dois anos, os fabricantes Android lançam um aparelho topo de linha a cada 6 ou 7 meses. Haja bolso pra manter esse ritmo de troca!

Felipe disse...

Desculpe ter desviado do tema, mas é que não consigo pensar em um aparelho novo, e aí comprar um aparelho Android que não seja da linha Nexus. Meu irmão tem um Nexus S, e é o único que eu teria, independente do Hardware. Eu SEI que me irritaria se não conseguisse atualizar o OS :(

Postar um comentário